Charles Martin se casou em 1993 com o grande amor de sua vida e tem ...
“Martin é o novo rei dos livros românticos.” – The Huffington Post
“A prosa de Charles Martin é um deleite, mas sua grande força está em construir personagens inesquecíveis.” – Publishers Weekly
O Dr. Ben Payne acordou na neve. Flocos sobre os cílios. Vento cortante na pele. Dor aguda nas costelas toda vez que respirava fundo.
Teve flashes do que havia acontecido. Luzes piscavam no painel do avião. Ele estava conversando com o piloto. O piloto. Ataque cardíaco, sem dúvida.
Mas havia uma mulher também – Ashley, ele se lembra. Encontrou-a. Ombro deslocado. Perna quebrada.
Agora eles estão sozinhos, isolados a quase 3.500 metros de altitude, numa extensa área de floresta coberta por quilômetros de neve. Como sair dali e, ainda mais complicado, como tirar Ashley daquele lugar sem agravar seu estado?
À medida que os dias passam, porém, vai ficando claro que, se Ben cuida das feridas físicas de Ashley, é ela quem revigora o coração dele. Cada vez mais um se torna o grande apoio e a maior motivação do outro. E, se há dúvidas de que possam sobreviver, uma certeza eles têm: nada jamais será igual em suas vidas.
***
– Como vai a perna? – indaguei.
– Ainda dói.
– Do mesmo jeito? Se começar a ficar diferente, me avise.
– E, quando isso acontecer, você vai fazer o quê?
– Provavelmente, uma amputação. Assim ela para de doer.
Ashley deu um tapa no meu ombro.
– Não tem graça.
– A sua perna vai bem. Está sarando direitinho.
– Vou precisar de cirurgia quando sairmos daqui?
Encolhi os ombros.
– Precisamos ver os raios X. Saber como está.
– Você pode fazer a cirurgia?
– Não.
– Por quê?
– Porque estarei dormindo.
Ela tornou a me dar um tapa no ombro.
– Ben Payne...
– Pois não.
– Você está mentindo para mim?
– Estou.
– Então, qual é a verdade? Sim ou não?
– Talvez.
– Ben... lembre-se de que ainda tenho uma perna boa – ameaçou Ashley, brincando.