Samanta Holtz nasceu em 1987, no Dia Mundial do Livro, 23 de abril.
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Ele tem um passado do qual não se lembra. Ela precisa esquecer o seu.
Malu Rocha é uma escritora de 29 anos independente, confiante e bem-sucedida. Mora sozinha em São José dos Pinhais, perto de Curitiba, onde mantém uma rotina regrada de pedalar todas as manhãs, escrever e, semanalmente, visitar o avô de 98 anos em uma casa de repouso.
Porém sua vida toda controlada sai do eixo quando um homem bate à sua porta e se apresenta como Luiz Otávio Veronezzi, dizendo ter perdido uma reunião marcada com ela. Malu não se lembra do compromisso e sua primeira reação é dispensá-lo. Mas o belo desconhecido insiste, explicando que sofreu um acidente de carro, ficou em coma e perdeu a memória, assim como seus documentos. As únicas coisas que restaram foram um pouco de dinheiro e um papel com o nome e o endereço de Malu, o nome dele e a data da reunião. Luiz confessa que a escritora era sua última esperança para descobrir a própria identidade.
O problema é que ela não tem a menor ideia de quem ele seja.
Desconfiada, mas sentindo-se responsável pelo acontecido, Malu decide ajudá-lo e embarca em uma jornada para descobrir quem ele é – o que acaba trazendo à tona muitos fatos sobre si mesma, seus medos e segredos mais bem guardados, além de um passado que preferia esquecer.
A bela narrativa e a trama que prende do começo ao fim nos convidam a acompanhar Malu e Luiz nessa busca que se transforma em uma história de amor de tirar o fôlego.
***
– Rebeca! Você se lembra de ter agendado uma reunião com algum Luiz Otávio Veronezzi, para dois sábados atrás?
– Vixe... – Malu ouviu o som do teclado do computador. – Não lembro mesmo.
Eu até poderia achar algum e-mail dele, ou o formulário, mas o computador foi formatado e...
– E você não tinha backup, como sempre!
– Malu completou a frase por ela, furiosa.
– Rebeca, eu preciso que localize alguma informação sobre esse homem e esse agendamento. É urgente!
– Mas por que você...
– Ligue de volta quando tiver alguma informação.
Com um arfar irritado, desligou o telefone e o soltou na mesa com força excessiva. Detestava aquela situação, aquele homem na porta da sua casa, a incompetência da assessora que ela precisava substituir com urgência...
Enquanto o aparelho não tocava, foi até o interfone e analisou o monitor com as imagens das câmeras de segurança. O nervosismo que ele demonstrava, mesmo sem ninguém ali para ver, reforçava a teoria de que a história dele era verdadeira. Mas, mesmo que fosse, o que Malu poderia fazer para ajudar?
Ele deve ser jornalista. Talvez até mesmo seja famoso! Em uma pesquisa rápida, abriu o navegador do celular e digitou o nome dele no site de buscas, mas tudo o que encontrou foram perfis em redes sociais de pessoas com aquele mesmo nome.
Nada nem ninguém associado ao homem em pé diante da sua porta.