JULIA QUINN começou a trabalhar em seu primeiro romance um mês depois de terminar a ...
“Maravilhoso.” – Nora Roberts
A temporada de bailes e festas de 1814 acaba de começar em Londres. Como de costume, as mães ambiciosas já estão ávidas por encontrar um marido adequado para suas filhas. Ao que tudo indica, o solteiro mais cobiçado do ano será Anthony Bridgerton, um visconde charmoso, elegante e muito rico que, contrariando as probabilidades, resolve dar um basta na rotina de libertino e arranjar uma noiva.
Logo ele decide que Edwina Sheffield, a debutante mais linda da estação, é a candidata ideal. Mas, para levá-la ao altar, primeiro terá que convencer Kate, a irmã mais velha da jovem, de que merece se casar com ela.
Não será uma tarefa fácil, porque Kate não acredita que ex-libertinos possam se transformar em bons maridos e não deixará Edwina cair nas garras dele.
Enquanto faz de tudo para afastá-lo da irmã, Kate descobre que o visconde devasso é também um homem honesto e gentil. Ao mesmo tempo, Anthony começa a sonhar com ela, apesar de achá-la a criatura mais intrometida e irritante que já pisou nos salões de Londres. Aos poucos, os dois percebem que essa centelha de desejo pode ser mais do que uma simples atração.
Considerada a Jane Austen contemporânea, Julia Quinn mantém, neste segundo livro da série Os Bridgertons, o senso de humor e a capacidade de despertar emoções que lhe permitem construir personagens carismáticos e histórias inesquecíveis.
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As janelas do escritório davam para a Grosvenor Square e ele se divertia observando as carruagens chegarem trazendo os convidados. Quando Kate Sheffield desceu da sua, ergueu os olhos para a fachada da Casa Bridgerton e inclinou a cabeça de maneira muito semelhante à que fizera ao desfrutar do calor do sol no Hyde Park. A luz dos candeeiros, de ambos os lados da porta principal, banhou sua pele com um brilho tremeluzente.
Nesse momento, Anthony perdeu imediatamente o fôlego.
Apoiou o copo de vidro no amplo peitoril com um baque surdo. Aquilo estava ficando ridículo. Ele não enganaria a si mesmo dizendo que a tensão em seus músculos não tinha nada a ver com desejo.
Droga. Ele nem sequer gostava daquela mulher. Ela era muito mandona, muito teimosa, e tirava conclusões rápido demais. E não era nem bonita – ao menos quando comparada a algumas das damas que estavam em Londres para a temporada, principalmente a própria irmã.
O rosto era comprido demais, o queixo, muito pontudo, e os olhos, enormes. Tudo nela era excessivo. Até a boca, que o matara de constrangimento com seu fluxo infinito de insultos e opiniões, era carnuda demais. Nas raras ocasiões em que ela a fechava e lhe proporcionava um abençoado instante de silêncio, tudo o que ele via eram os lábios, cheios, carnudos e eminentemente beijáveis.
Beijáveis?
Anthony estremeceu. A ideia de beijar Kate Sheffield era assustadora. Na verdade, o simples fato de sequer pensar nisso deveria ser o suficiente para mandá-lo para o manicômio.
Ainda assim...
Anthony deixou-se cair numa cadeira... ainda assim, sonhara com ela.